Encerramento do Alentejo
Comentário enviado por:
Alexandre Carrasco
"Embora pouca coisa já me "espante", aguardo com expectativa, negativa obviamente, o anúncio do Encerramento do Alentejo, ou quem sabe a Privatização do Alentejo.
As notícias e os factos verificados ultimamente obrigam-me a antever esta irrealista situação, que por ventura, não estará tão longe da realidade.
Por um lado, encerra-se, fecha-se, desactiva-se, deslocaliza-se, privatiza-se, concentra-se tudo o que é Serviço Público! Para quê? É certo e sabido que alguns Serviços Públicos são bastante apetecíveis aos olhos gulosos do Sector Privado, embora se diga que "o publico não presta, o privado é que é bom". Então como explicar o interesse do Privado nos Serviços Públicos?
Será que a iniciativa Privada é masoquista? Será que alguma grande empresa tem interesse em adquirir um serviço que dá prejuízo, ou um Serviço que não presta?
Bem, é muito simples, admitindo que os Serviços Públicos não prestam e dão prejuízo... Pensemos na Rodoviária, ou na EDP, estes Serviços melhoraram, prestam hoje um melhor serviço? Claro que não, no que diz respeito à Rodoviária, as carreiras foram reduzidas, os autocarros estão obsoletos, velhos e perigosos, e a EDP encerrou uma parte significativa das lojas. Então basta apenas "eliminar" a parte que dá prejuízo e ficar com a lucrativa, privando assim, especialmente, as populações do interior, normalmente as que tem menos recursos económicos.
Conclusão, o Serviço é reduzido, não melhora, pelo contrário piora, e ainda por cima fica mais caro. Podemos ainda concluir que quem sofre as consequências é o utente, utente este que trabalha e paga impostos, e por conseguinte tem direito a Serviços Públicos de Qualidade, adequados às suas necessidades.
Por outro lado, é necessário analisar a questão de forma mais abrangente, a "aniquilação" dos Serviços Públicos no Interior do País, em especial no Alentejo, trás outro tipo problemas. Por esta perspectiva a questão do encerramento de Serviços é ainda mais complexa e gravosa, porque condena o Alentejo ao envelhecimento crónico e à desertificação.
Sinceramente não estou a ver os jovens a instalarem-se em localidades sem Posto Médico, sem Escola Primária, sem GNR, sem CTT, sem EDP, sem Transportes, sem Jardim de Infância, sem Abastecimento de Água, etc...
É de facto importante fazer algo para pôr termo a esta ofensiva, que visa apenas "poupar" onde se deve investir, na Saúde, na Educação, entre outros sectores fundamentais e entregar de bandeja às ávidas mãos dos Privados o que pode vir a dar lucro.
Claro que só dá lucro prejudicando as pessoas, mas os privados não se importam com as pessoas, só tem um objectivo, obter lucro, por outro lado o Estado devia preocupar-se com as pessoas, independentemente de estas darem lucro ou prejuízo."
Conclusão, o Serviço é reduzido, não melhora, pelo contrário piora, e ainda por cima fica mais caro. Podemos ainda concluir que quem sofre as consequências é o utente, utente este que trabalha e paga impostos, e por conseguinte tem direito a Serviços Públicos de Qualidade, adequados às suas necessidades.
Por outro lado, é necessário analisar a questão de forma mais abrangente, a "aniquilação" dos Serviços Públicos no Interior do País, em especial no Alentejo, trás outro tipo problemas. Por esta perspectiva a questão do encerramento de Serviços é ainda mais complexa e gravosa, porque condena o Alentejo ao envelhecimento crónico e à desertificação.
Sinceramente não estou a ver os jovens a instalarem-se em localidades sem Posto Médico, sem Escola Primária, sem GNR, sem CTT, sem EDP, sem Transportes, sem Jardim de Infância, sem Abastecimento de Água, etc...
É de facto importante fazer algo para pôr termo a esta ofensiva, que visa apenas "poupar" onde se deve investir, na Saúde, na Educação, entre outros sectores fundamentais e entregar de bandeja às ávidas mãos dos Privados o que pode vir a dar lucro.
Claro que só dá lucro prejudicando as pessoas, mas os privados não se importam com as pessoas, só tem um objectivo, obter lucro, por outro lado o Estado devia preocupar-se com as pessoas, independentemente de estas darem lucro ou prejuízo."
Alexandre Carrasco
(O Comentário é da exclusiva responsabilidade do autor supracitado)
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